Era noite. Encontrava-me sentado em frente ao prédio do Comando, com as pernas pendentes e direcionadas à linha do trem, quando um colega epcariano que me conhecia – não sei identificar se era 67 ou 68, mas me recordo ele ser negro, alto e bem esclarecido, que me falou ser de Bonsucesso e cuja família era oriunda de uma favela – se aproximou e começamos a conversar por um período considerável, donde a frase que nunca esqueci, após confidências de ambas as partes. Ele disse: “Ribeiro, o que mais gosto aqui é todos nós sermos azul”.
O toque de silêncio foi ouvido e fomos para o alojamento.
Essa frase foi a única que marcou nossa juventude e representa o real significado da palavra fraternidade. Agradeço ao Criador do universo a oportunidade de ter convivido com esse grupo especial Epcar, e que, na época, eu não soube valorizar...
67-209 Ivan Ribeiro de Barros