AFA – 40 ANOS

 

Amigos
 

Frases de algumas músicas passam pela minha mente antes que eu pense em descrever sobre o Encontro da Turma-BQ67 em Pirassununga para festejar os 40 anos de Aspirantado dos que, com honra, passaram a nos representar na Força Aérea.

Frases com as quais eu não concordo e explico o porquê.
 

“Sou poeta e não aprendi a amar.”.

Eu aprendi amar sem ser poeta.

E amo hoje mais do que ontem e, com certeza, amarei, amanhã, mais do que hoje.

E com o amor Ágape, deixo o coração ditar à mente as palavras que coloco no papel.


“Amizade é coisa para guardar debaixo de sete chaves.”

De forma alguma. Amizade é transparente. Amizade deve ser demonstrada.

Ah! Como é bom abraçar o companheiro que, há tempos, eu não via.


E por último: “Emoções, eu vivi.”

Coloco o verbo no presente: Emoções, eu vivo.

E, sem prometer, mas tentarei desassociar-me da emoção para reportar o que foi o Encontro.

 

SEXTA-FEIRA: 15/03

As 15:06horas o avião deixa o solo carioca, pousando em Pirassununga as 16:01.

Somos recepcionados pelo Comandante da AFA – Brigadeiro Amaral e pelo Ranier.

Após um maravilhoso coffee-break, o ônibus nos leva até os hotéis.

Próximo as 21:00horas o ônibus nos leva até  o Restaurante Beira-Rio.

E o amor Ágape, a Amizade demonstrada e a emoção se fazem presente e não se confundem.

A memória chega atrasada e já não sei (verbo no singular, porque só posso, só devo responder pelos meus atos)  o nome e o número de quem eu vivi tão perto.

No entanto, o abraço é o mesmo. Alegria incontida, muitas vezes, representada por uma lágrima.

- Que isto, Pré-cadáver?

- Estou vivo. Apenas um cisco que caiu no meu olho. Preocupações desnecessárias. Não vou desmaiar.

Que façam chegar aos responsáveis pelo restaurante, os meus encômios pelo buffet variado que, sem dúvidas, atendeu o gosto de todos.

Meia-Noite. Hora de retornar ao ônibus antes que ele se torne abóbora.

Observo o céu. e vejo que as estrelas anunciam bom-tempo.

As estrelas nos céus. As estrelas de nossos tenentes-brigadeiros que ainda brilharão, mesmo que não seja mais o seu (deles) tempo. E a estrela de cada um que afirmo, em letras maiúsculas, sem medo de errar: JUNTOS FORMAMOS UMA CONSTELAÇÃO.

 

SÁBADO – 16/03
 

07:00 – 09:00 – Café da Manhã

E que café!

Repito o comentário de alguém da mesa em que eu estava:

- “Café de Hotel 5 estrelas”
 

09:30- Cinema

O Ranier faz um breve comentário, dando a palavra ao Brigadeiro Amaral, que nos fala sobre a Academia.

Observo que aquele cisco no olho incomodando-me na noite anterior, agora incomoda alguns.

Após a palestra do Comandante, breves palavras do Campos e prestação das homenagens devidas, a mensagem do Bohrer que, justificando a ausência, nos enviou um PPS.

Observo que o cisco, agora, incomoda mais gente.

E, vimos a seguir, como que entrando no Túnel do Tempo, nossos amigos no tempo da Academia.

Para encerrar, as palavras do Azevedo. Palavra que classifico como a própria poesia, o que lhe é peculiar.

Encerrada a reunião, dirigimo-nos para a Solenidade Militar.

 

12:30 – Solenidade Militar

1.    Entrega das placas aos nossos Tenentes-Brigadeiros: Aprígio Eduardo Moura Azevedo, Antonio Gomes Leite Filho e Marco Aurélio Gonçalves Mendes. Quem entregou a placa ao Azevedo foi a Tenente Alice (filha do nosso amigo Menezes). A placa é do Azevedo, mas todos sentimo-nos homenageados pela escolha. ... E o cisco perturbando.

2.    Discurso do Comandante da Escola. Todo o discurso será publicado no site da turma. Ressalto 2 pontos:... “O que atrapalha a Academia são os cadetes.”  ... “Entre vocês, está o próximo Comandante da Aeronáutica, daqui a 40 anos.

 3.    Discurso do Azevedo (Ele ficou de escrever, o que falou de improviso.)

 4.    Desfile dos Cadetes em homenagem a Turma PACÓ – Aspirantes de 1973.

 E seguimos para a Inauguração de 2 Placas do Evento, descerrada que foram pelos nossos Tenentes-Brigadeiros.

E fomos para o churrasco.

Procuro palavras para descrevê-lo e só encontro uma: ÓTIMO.

Não só o churrasco, mas também o cantor que nos presenteou cantando músicas de nossa época.

Acrescento que 2 amigos entraram na Máquina do Tempo e apossaram-se da guitarra (Correa da Cunha) e da bateria (Alevato) e nós viajamos com eles.

E o Azevedo, despojando-se (ou esquecendo) da autoridade que, por mérito e honra, lhe é conferida, brindou-nos cantando as músicas em francês que marcaram nossa passagem pela EPCAR.

É necessário descansar, porque a noite nos aguarda.

  

21:00horas – Coquetel no Clube dos Oficiais.

Entro no salão primorosamente decorado. Observo os rapazes e suas companheiras elegantemente vestidos.

Como estou sozinho, dirijo-me a mesa dos “solteiros”.

Já me tornando repetitivo, QUE COQUETEL (ou foi um jantar com várias opções) MARAVILHOSO.

E após o coquetel, despedimo-nos daqueles que não veríamos na manhã seguinte.

Com um abraço igual ao de quando nos encontramos.

E com a certeza de que nos veremos em breve.

E as estrelas brilham no céu.

 

DOMINGO – 17/03
 

07:00 – 09:00 – Café

Sobre o café já falei no dia anterior.

 

09:30 – Ida para o Aeroporto

Antes de irmos para o Aeroporto despedimo-nos daqueles, que em condução própria, chegaram a Pirassununga.

Com um abraço igual ao de quando nos encontramos.

E com a certeza de que nos veremos em breve.

E no aeroporto avião para o Nordeste, Brasília e Rio de Janeiro.

Despedimo-nos.

Com um abraço igual ao de quando nos encontramos.

E com a certeza de que nos veremos em breve.

11:06 O avião deixa o solo de Pirassununga e as 12:01 pousa em solo carioca.

E ali, no aeroporto, despedimo-nos.

Com um abraço igual ao de quando nos encontramos.

E com a certeza de que nos veremos em breve.

Não é refrão!

Nenhuma palavra que eu escrevesse descreveria a emoção do que foi o encontro se faltasse o Amor e a Amizade.

Sem cunho religioso, repito I Coríntios 13: 1: “Ainda que eu falasse a língua dos anjos e dos homens, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como címbalo que retine.”

Não posso encerrar, sem as devidas congratulações ao Ranier.

 

Um abraço, na certeza de um breve reencontro.

 

67-96 Marinho

 



AFA    -   40 ANOS

1973    2013

            
Meus Estimados irmãos de 67:

 

De repente, lá se vão 40 anos de distância da troca do espadim pelo espadão.  A memória ainda está viva, muito viva.  O espadim, parceiro constante, com seu tilintar reluzente, a cabeça da águia “amassada” e testemunha de muitos “GP’s”, era trocado por um espadão, mais discreto, menos presente e símbolo da responsabilidade.  E tudo isso após uma “Noite de São Bartolomeu!”

40 anos!    A comemoração era obrigatória.  E a dimensão dessa comemoração não poderia ser diferente da acontecida:  Estupenda!  Magnífica!

A presença dos Precadetes de 67, vindo de todos os nortes, trazendo uma alegria contagiante; um semblante jovial ornado pelos cabelos brancos e uma bagagem de amor e fraternidade, consolidou uma grande família denominada  Mete-a-Cêpa/Pacó!


O Sr. Cmt da AFA, Brig. Amaral, frisou na sua palestra o envolvimento de todo o efetivo na atividade fim da Unidade.  Nós sentimos isso.  Todos nós pudemos comprovar isso.  Em todos os pontos e atividades que estivemos o envolvimento, a cortesia, a presteza, organização e eficiência foram exemplares.  Aqui, prestamos uma homenagem a todos que fazem a AFA ser uma Unidade modelo, através do agradecimento aos militares: Sgt Santilli, Sgt Jones e Cel Martins, que por estarem mais próximos de nós, atenderam a uma gama diversificada de solicitações. A presença dos Comandantes em todas as atividades emprestou um prestígio ímpar.   As Forças Aéreas destacam as suas ações bélicas pontuais como de “precisão cirúrgica”.    Isso foi o que aconteceu no Ninho das Águias.  Cada recepção foi de uma notória “precisão cirúrgica”.    Parabéns!


E de forma natural, simples e eficiente, tivemos o planejamento, administração e execução do Ranier.   Até os “puxões de orelha” foram de alto nível (acredito que isso foi ensinado no CPEA, pois até a ECEMAR tem disso não!).  Brilhante!


Ranier e Joana, reconhecemos que o trabalho foi duro, cansativo e até preocupante, mas fez a alegria e felicidade de dezenas de corações que jamais esquecerão a nossa reunião e vocês.  Parabéns e muito obrigado!  Você é mais um 67 que se inscreve no rol dos “Mosqueteiros”, cuja filosofia é: “Um por todos...”  e vem se juntar ao time do Estácio, Torres, De Souza, Corrêa, PTK, Lopes, Bira Coração Valente, Fernando, Régis, Drago (Bloco do eu sozinho!), e tantos outros...    É muito bom ter esses mosqueteiros na turma!


O reencontro com a Cachoeira das Emas foi simplesmente nostálgico.   As mudanças naquele sítio deixaram-na moderna, mas não conseguiram apagar a visão bucólica dos velhos barracos e o cheiro de peixe frito.  O jantar em si foi um grande e movimentado quebra-gelo.   Bebemos pouco e comemos menos ainda, mas em compensação, “abracemo  uma barbaridade!”


O Briefing do Brig Amaral, sucinto e pleno, nos levou a comparar a AFA de hoje com a AFA de 71 e mais uma vez nos orgulhamos do pioneirismo que nos deu a oportunidade de demonstrar o espírito de luta e desprendimento de uma Turma que superou as dificuldades, improvisações e atropelos com vontade férrea, dedicação monástica e vibração fibrilar.  O ponto alto dessa comparação é que o tempo nem sequer arranhou os princípios da formação e o compromisso:  Coragem – Lealdade – Honra – Dever – Pátria.


O audiovisual da fazenda foi uma grata surpresa.  A administração esmerada e compromissada tornou os canaviais, que foi muito usado como pistas de pouso de emergência, em um complexo agrícola de respeito.  A Fazenda da Aeronáutica por si só é a maior testemunha da eficiência do “Acanto”.   É merecedor de parabéns e referência para outras unidades.  


As palavras do nosso querido Ten Brig Aprígio, Moura Azevedo ou ainda, Azevedo;entrecortadas pela emoção, não prejudicou a sua verve, mas sim; impregnou o ar de uma cândida cumplicidade.   A frase símbolo do seu pronunciamento:  “Desceram as cortinas de um projeto de vida pessoal... Espero ter orgulhado vocês...”  se traduzida pelo dicionário de sentimentos da plateia, por certo diria que não é somente um projeto de vida pessoal.  É um projeto de vida de uma Turma.  É a representação de um Grupo.  É a ascensão de jovens imberbes, hoje cobertos de cãs.


Aprígio, Leite Filho, Mendes e Farias, vocês personificaram um sonho coletivo. Vocês alcançaram a aspiração de 412 BQ67; 35  RAF  e  20 PQD’s  ou seja, de 467 almas. Não, vocês não nos orgulharam.  Vocês orgulharam a nossa Águia-Símbolo e justificaram o nosso dístico: “Mete-a-Cêpa”.   Tenham certeza que de todos os recantos do nosso Brasil há um 67 emitindo eflúvios de agradecimento, admiração e respeito.


O deslocamento para o Corpo de Cadetes já nos deixou em “estado alpha”, muitos de nós não pisávamos ali há décadas.  A primeira imagem foi o deslocamento marchando para o rancho, sala de aula ou auditório, à sombra dos parabolóides mais conhecidos como “trosobolóides”.


O Pátio em si, hoje ornado de águias e “o navio enterrado com o mastro de fora” nos trouxe de pronto, a figura do então Cap Av Cutrim fazendo o PTM; PTA; entre outros; ou indicando os líderes de Elemento; Grupo; Esquadrão ou ainda, cobrando Que é ser Cadete? Que era o Cadete de outrora? Que é ser Cadete da Força Aérea Brasileira? Que é ser militar?   Isso sem contar os nomes dos Senadores, Ministros e Vices.   Haja Estrela!  


Vimos o nosso cassino.  Não sei se continua sendo.  Mas nos rememorou grandes trotes. O pior deles era o duplo trote falso.   Pagar para o IN por telefone ficou nos anais de nossa história.


Aí veio a solenidade Militar.  Em todos nós recrudesceu o sentimento castrense.  As nossas até então, lembranças, afloraram.  Estamos todos empertigados.  Emocionados, revivendo os toques de corneta, apresentação, quando é anunciada uma homenagem aos nossos Of Generais.   E a entrega da placa será feita pela Ten Alice Menezes – Filha do nosso Querido João Batista Dias Menezes, 67-196 - também conhecido como “Pé” para uns e “pisca” para outros. Atleta encacetado, zagueiro xerife, tinha que manter o pedigree: A Ten Alice é Prof. de Educação Física.   Essa homenagem, prevista ser alto astral, desencadeou uma comoção geral.  O discurso do Brig Amaral completou o quadro. Suas palavras, sensíveis e oportunas, nos colocaram à frente daqueles jovens como a personificação do futuro.  A obra completara-se e a pintura estava pronta.  A emoção pairava no ar e ao ouvir o grito de guerra dos pelotões, as emoções explodiram, libertando as lágrimas, nossas e dos nossos familiares,


O desfile foi vibrante, guerreiro, fuderoso, fudêncio e bodoso.  A plateia petrificada fixava o olhar nos movimentos uníssonos dos passos e atenta ao canto dos hinos.  Os únicos movimentos que se percebia era o esfregar de olhos (discreto!) quando a vista embaçava.


A passagem da tropa causou alguns efeitos colaterais:   Aumentou o nó da garganta, tremores, taquicardia, arritmia, conjuntivite  e, como disse o Al (67-010) Antonino hoje Cel Av Macedo: - Precisamos de um dermatologista!  Isso é um problema de Pele.  Eu fiquei todo arrepiado!


A seguir o descerramento da Placa Nominal dos Asp de 73.  Aí, há um grande gesto daTurma Mete-a-Cepa/Pacó.  A generosidade da Turma em incluir  “os 67 de Curitiba” em uma homenagem tão significativa como a de ter uma placa fixada nos parabolóides da AFA.


A Partir deste momento, tudo o mais foi festa.  E estas horas passadas nessa redoma que colocou lado a lado o passado (nós) e o futuro (Cadetes) ficou gravado indelevelmente nos nossos corações. 


O nosso Comendador Estácio, foi muito feliz e falou com grande acerto e propriedade que esta foi a maior e mais emocionante reunião da Turma Mete-a-Cêpa.


Parabéns aos integrantes da Turma e aos que fazem essa turma ser grande, forte e coesa. 

 

                                                                               
J  U  N  T  O  S 

 

                                                          
Salve a Turma Mete-a-Cêpa/Pacó

                                                                  
Uma turma como poucas!
    

                                            
Mariano Milton Mendes    -   67-092

 


 

Nota - As fotos oficiais registradas pelo Sgt Monteiro encontram-se em álbuns cujos links são os seguintes:

https://picasaweb.google.com/105450643475814491736/Sexta1503?authkey=Gv1sRgCMPDwLO05rfJ9AE

https://picasaweb.google.com/105450643475814491736/Jantar1503?authkey=Gv1sRgCP6K7ufj3bKO9wE

 

https://picasaweb.google.com/105450643475814491736/Sabado1603?authkey=Gv1sRgCLa_oeyUgP2Heg

 

https://picasaweb.google.com/105450643475814491736/Sabado160302?authkey=Gv1sRgCJqK_rqh4IzL9gE

 

https://picasaweb.google.com/105450643475814491736/Jantar1603?authkey=Gv1sRgCOiGhsOotZm4xQE