Nos anos oitenta, mais precisamente em 1983, após eu ter concluído o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica (EAOAR), fui promovido ao posto de Major Aviador e, por consequência, transferido do 2°/10° Grupo de Aviação – Esquadrão SAR (Busca e Salvamento) –, para a Base Aérea, ambos em Campo Grande (MS), onde assumi o comando do Esquadrão de Pessoal (EP).
O Esquadrão de Pessoal de uma Base Aérea gerencia todo recurso humano militar, incluindo a banda de música e o efetivo de funcionários civil. Ao assumir a função de comandante do Esquadrão de Pessoal, voltei minha atenção para dois setores que observei como carentes de apoio: a banda de música e o de pessoal civil.
Solicitei ao comandante da Base Aérea um avião Seneca, outro oficial como copiloto e autorização para ir ao COMGEP (Comando Geral de Pessoal), a fim de tratar de assuntos referentes à minha área, a de pessoal. Coloquei a bordo um militar do efetivo da banda de música e o chefe do departamento de pessoal civil e seguimos para o Rio de Janeiro com o objetivo de tratar dos assuntos de pessoal, cada qual na sua área de atuação.
O meu comando foi curto, durou apenas um ano. Fui então transferido para ser instrutor na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do exército (ESAO). Ao término do meu comando, quando ainda em Campo Grande, fui convidado a assistir uma apresentação no auditório da Base Aérea, do dobrado Major Porfirio. Este dobrado é uma composição e arranjo do então SO Mestre Nunes – João Nunes Gomes dos Santos –, que nas palavras do SGT Carlos Alberto em sua locução na introdução à execução do dobrado, assim se expressou: “... ouviremos a composição do SO Nunes, que num dia de grande inspiração e numa cordial homenagem, compôs o dobrado Major Porfirio ...” Posteriormente vim a saber que o então SO Nunes servira como soldado na banda de música do 2° RC (Regimento de Cavalaria), em São Borja (RS), local onde meu pai, SGT Porfirio, servia como músico.
“Nada ocontece por acaso.”
67-003 Porfirio