JUBILEU DE OURO

13 a 17 de setembro de 2017

Turma Mete a Cêpa

 

 

   Maravilhoso! Sensacional! Emocionante!... Estes foram apenas alguns dos adjetivos encontrados para descrever o que foi o JUBILEU DE OURO da Turma de 1967 da Escola Preparatória de Cadetes do Ar. Foram quatro dias de pura emoção, encantamento, confraternização e, sobretudo, sentimento de união. E para os que não puderam comparecer, fazemos aqui um resumo (resumo?!) do que aconteceu.

 

   O primeiro dia da "festa", quarta-feira, foi marcado por três acontecimentos:
 

1. Visitação opcional ao Museu de Cabangu¹ (Casa de nascimento de Santos Dumont) com direito a uma bela apresentação, em vídeo, sobre um pouco da vida e trajetória do "Pai da Aviação". A apresentação foi feita pelo Presidente da Fundação Casa de Cabangu, Sr. TOMÁS CASTELLO BRANCO, que nos recepcionou da forma mais gentil possível;
 

2. Almoço no restaurante Panela de Minas, altura do Km 720 da BR-040, para os que optaram por esse local;


3. Coquetel de boas-vindas no Hotel Grogotó - principal ponto de concentração do Jubileu - com "noite de autógrafos" do livro lançado pelo Almeida Rosa (67-100): TURMA DE 67 - A "METE A CÊPA" - COMO EU a "VI" e "ME CONTARAM".

 

   No Grogotó se reuniram participantes oriundos dos mais distintos rincões do nosso Brasilzão. Do Norte ao Sul houve representantes.  Sorrisos, abraços e até as brincadeiras que nos marcaram nos bons tempos da EPCAR dos anos 60 se repetiram... E em meio àquela euforia, com música ao vivo e os autógrafos do Márcio rolando nos bastidores com o lançamento do seu livro editado recentemente, eis que Zelinski (67-055) e Cleo interrompem a música e pedem atenção para anunciar o aniversário de quarenta e dois anos de casamento de Marta e Santos Oliveira, ocorrendo naquele exato 13 de setembro. Foi um momento de emoção cabendo à netinha do casal, Sofia, a incumbência de entregar aos vovôs um belo arranjo de flores. Após os agradecimentos do casal, Serginho "K-reca" (67-381) e Corrêa da Cunha (67-218) - os "DJs" da noite - deram continuidade à festa, com repertório recheado de canções do cancioneiro romântico francês e italiano, na maior parte. Era apenas o prelúdio de um Jubileu que ficará para sempre em nossas mentes...

 

 

   Manhã de quinta-feira. Do palanque do Pátio da Bandeira, numa cerimônia presidida pelo GEN Ex Marco Antônio de FARIAS (67-061), o Comandante da EPCAR, BRIG Ar José Aguinaldo de MOURA (AFA - 84), nos dá as boas-vindas.

 


Brig Moura no momento das boas-vindas à Turma Mete a Cêpa.

 

   Logo após as boas-vindas do Comandante da EPCAR, o TEN BRIG Ar Antônio Gomes LEITE Filho proferiu um breve discurso dirigido ao Corpo de Alunos, do qual faz parte o seu neto.


Ten Brig Leite dirigindo-se ao Corpo de Alunos.

 

PALAVRAS DO TEN BRIG LEITE AO CORPO DE ALUNOS DA EPCAR

            "Sou o Ten Brig Leite e aproveito essa oportunidade para dirigir algumas palavras a vocês.

            Tenho acompanhado a rotina da EPCAR nesse ano, até porque meu neto faz parte do Esquadrão PASTOR.

            Percebi, nesse período, a vibração de todos vocês nas mais diversas atividades, com destaques para as competições do LIMA MENDES e, principalmente, para o desfile de 7 de setembro. Simplesmente, esteve perfeito!

            Parabéns ao Cmt, Brig Moura, ao Corpo de Alunos e a todos os militares que participaram do desfile.

            Hoje, estamos aqui, com nossas esposas, alguns solteiros, para comemorar os nossos 50 anos de uma união sólida, reviver e compartilhar inúmeras lembranças que marcaram a passagem da nossa turma METE A CEPA, começando pela viagem de trem para os cariocas, partindo da Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, e chegando aqui ao amanhecer.

            Tudo era incógnita para os 412 alunos, acomodados no alojamento reservado para o 1º ANO, o mesmo do Esquadrão PASTOR.

            As incertezas pelas quais passamos habitaram também as mentes de todos vocês quando aqui chegaram.

            Por isso, a turma METE A CEPA está aqui para homenagear os alunos da EPCAR e torcer para que cada um de vocês siga em frente e persevere na busca do objetivo.

            Lembrem-se sempre de focar no ideal, naquilo que se almeja. Tudo em volta são pequenos obstáculos para valorizar a vitória.

            Vocês já são vitoriosos por tudo que já enfrentaram!

            Dessas três turmas, tenham certeza, sairão os grandes Gestores que garantirão os melhores destinos para a nossa Força Aérea.

            Estudem!! Esse é o lema da Escola!! É o grande desafio de vocês!!

            Novas aeronaves os esperam, sofisticadas e com grande capacidade para defender o nosso espaço aéreo!

            Daqui a 48, 49 e 50 anos, respectivamente, os senhores estarão aqui, uniformizados com suas camisetas de turma, confraternizando e homenageando os futuros oficiais da nossa Força Aérea!

            PARABÉNS EPCAR!!"

   É chegado o momento do desfile dos alunos em nossa homenagem. Após seus "Gritos de Guerra" o Corpo de Alunos desfila.

 

 
O desfile dos Alunos.

 

    Esteve no palanque nesta cerimônia o Cel Av SEGADÃES - comandante de um dos  esquadrões na nossa época -, para quem enviamos nossos sinceros agradecimentos pela presença.

 

   Dada por encerrada a cerimônia cívico-militar, aplausos!...  É hora de partirmos para o almoço na Cantina Mineira, antigo El Dorado. O resto da tarde e a noite ficaram por conta de cada um.

 



Na Cantina Mineira.

 

   Sexta-feira foi dia de passeio a Tiradentes. Dois ônibus saindo do Hotel Grogotó foram fretados para esse fim. Alguns foram de condução própria. Em Tiradentes, os "compulsivos" foram às compras; os "mais chegados ao consumo etílico" trataram logo de procurar um ponto de degustação de pinga (Detalhe: acabaram com o estoque do boteco!); outros preferiram um simples passeio de charrete com a família pelo Centro Histórico.

 

 

   Por fim, para os que optaram pela comida mineira feita no fogão à lenha, tivemos um almoço em Bichinho, no Restaurante Tempero da Ângela. Da comida à sobremesa, tudo estava uma delícia!

 

 

   Chega a noite. O Restaurante e Pizzaria Gino's Il Candelabro se torna o point da Turma Mete a Cepa. Por ter sido aquela casa inaugurada no ano de 1967 pelo querido e saudoso italiano Gino Calvi, natural de Bari, a nossa Turma sempre foi recebida com um carinho especial pelo proprietário. Gino se foi em 12 de fevereiro 2016, mais deixou saudades... O local é um dos marcos da nossa passagem por Barbacena. Conseguimos lotar o salão principal do restaurante e ainda foi preciso que alguns subissem ao andar superior da casa para serem servidos. Um conjunto maravilhoso composto pelo trio "JB", Samantha e Christian animou a festa. Não faltaram os "pés-de-valsa" na pista de dança!...

 


No Gino's.

 

   Sábado, pela manhã. Concentração no cinema da EPCAR (para nós, eternamente "Artarium"). O Cel AV Ubiratan DIAS José (67-398) - nosso querido Bira, "Mestre de Cerimônia" do evento -, anuncia a entrada das autoridades no recinto: Excelentíssimos Senhores Ministro do Superior Tribunal Militar General-de-Exército Marco Antônio de FARIAS (67-061); Tenente-Brigadeiro-do-Ar Antônio Gomes LEITE FILHO (67-285); Tenente-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de MOURA AZEVEDO (67-348); Brigadeiro-do-Ar José Aguinaldo de MOURA (AFA-84), Comandante da EPCAR; Major-Brigadeiro-do-Ar José MONTEIRO Guimarães (67-129); Brigadeiro-do-Ar Ivo de ALMEIDA PRADO Xavier (67-040); Brigadeiro-do-Ar Gilberto RIGOBELLO (67-404) e Brigadeiro-do-Ar Sérgio Luiz de OLIVEIRA FREITAS (67-381). (Nota: Os nomes de guerra dos Oficiais-Generais aqui citados referem-se à época de Barbacena).

 


Bira anuncia chegada das autoridades.


Entrada dos oficiais-generais no Artarium.

 

 

 

   Bira dá início aos trabalhos e de imediato passa a palavra ao Comandante da EPCAR, BRIG MOURA, que expressando mais uma vez a satisfação em nos receber prosseguiu fazendo uma bela apresentação sobre a nossa querida Escola. Para nós que passamos pela instituição, a novidade foi confirmar que a partir deste ano meninas também fazem parte do efetivo do Corpo de Alunos. Sendo inicialmente matriculadas vinte meninas, são agora dezesseis. Vale ressaltar que elas já são vencedoras, visto que foram selecionadas entre mais de quatro mil candidatas. Assim sendo, para essas "meninas maravilhosas" em busca de suas "máquinas voadoras", seguem nosso carinho, respeito e admiração. Que alcancem o que tanto almejam.

 


Brig MOURA fazendo sua apresentação.

 

   Finda a apresentação do Comandante, Bira retomou a palavra e nos trouxe a mensagem de boas-vindas:

 

"Em1967, uma animada turma de jovens estudantes oriundos dos mais diversos rincões desse país adentrava aos portões do tradicional e quase centenário velho casarão, incrustado entre as “montanhas da Serra da Mantiqueira e o esplendor de um céu de anil”. 

 

Quem diria: estamos JUNTOS, mais uma vez, desta feita comemorando o Jubileu de ouro da gloriosa Turma Mete-a-Cepa 67! 

 

Como é bom constatar que a nossa querida Escola segue incólume seus desígnios, preparando para o futuro, não apenas oficiais aviadores, mas sim e, principalmente, transformando jovens das mais variadas camadas sociais - independente de sua raça ou crença religiosa -, em brasileiros capazes ao pleno exercício da cidadania. 

 

Como é bom recordar os tempos da nossa lida acadêmica!  

Recordar é viver outra vez e às vezes uma sessão de nostalgia faz muito bem às nossas almas. 

 

Aqui, durante esses dias, contamos casos, relembramos fatos memoráveis. Testemunhamos a passagem do tempo no rosto e no relato de experiências de cada um. Por algumas horas esquecemos nossos dramas, a vida lá fora, as dificuldades cotidianas. 

 

Saudade de tudo o que vivemos, mas principalmente de quem fomos. De nossa versão mais simples, eu diria até ingênua e demodê. Saudade mesmo do que nem lembrávamos mais, pequenos incidentes que viraram anedotas, mas que os amigos teimam em lembrar por nós. Daquilo que fazíamos, dos papéis que interpretávamos, dos apelidos e manias tão singulares. 

 

Reencontrar amigos significa localizar nós mesmos, é estar alinhado com uma porção de nós que existiu e se diluiu, mas que necessita ser ativada de tempos em tempos. 

 

Finalizando, recorro ao aviador, poeta e escritor Saint Exupéry, que lapidou o seguinte pensamento que justifica o motivo pelo qual estamos aqui reunidos: “Aqueles que passam por nós, não vão sós; deixam um pouco de si, levam um pouco de nós!” 

 

Celebremos, pois, amigos, acima de tudo, O DOM DA VIDA, O DOM DA SAÚDE, O DOM DA AMIZADE, O DOM DA UNIÃO, O DOM DO ENCONTRO!"

 

   O Professor TARCÍSIO, que lecionava Geociências na época, teve seu espaço para falar. De uma forma alegre e vibrante ele simplesmente fascinou os presentes ao discorrer sobre as inovações na EPCAR nos anos 66, 67 e 68. Foi contado como foi montado o currículo "visionário" introduzido pelo então comandante naquele período - Brig Ar João CAMARÃO Telles Ribeiro - e do qual desfrutamos naquela época memorável. Ficamos sabendo, entre outras coisas, que o Prof. TARCÍSIO foi o "braço direito" do Brig Camarão nessa tarefa. (E pensar que aquele currículo nos serviu de base para o resto de nossas vidas no desempenho de qualquer que tenha sido a carreira que cada um de nós abraçou...). Obrigado, Prof. TARCÍSIO, pela bela apresentação e pela sua contribuição na nossa formação intelectual!

 


Prof. TARCÍSIO.

 

   Dando sequência à programação, nosso querido amigo Gen Ex FARIAS nos trouxe uma mensagem. Eis a sua alocução:

 

     "- Estimados amigos da Turma 67/EPCAr, antigos professores,

      - Queridos familiares.

 

Inicialmente, gostaria de assinalar a satisfação por estarmos, mais uma vez, reunidos em Turma. Re-unidos, ou seja, unidos de novo. Congregados para consolidar a união que se iniciou lá atrás, há mais de meio século.

Eu me recordo que 2007, aqui em BQ, em Re-união semelhante, refletimos sobre a inexplicável força que nos mantém ligados, apesar de todo o tempo vivido. Inferimos que essa estranha força, com certeza, repousa na origem comum da nossa formação, nesta casa, a nossa querida Escola Preparatória de Cadetes do Ar. Sustentados nela, potencializamos sentimentos de irmandade e fraternidade, que se revigoram em momentos como este, pelo culto à amizade e aos irmãos de crenças e valores comuns.

Hoje, diante da possibilidade de fazer uso da palavra, elucubrei para traduzir o nobre sentimento de afeto que nos amarra, sentimento arraigado em homens formados sob o sigma do patriotismo e da disciplina em estabelecimento de ensino militar. Percebi, então, que uma energia vigorosa surge em função da existência da turma. Então, para nós, qual é o entendimento de "turma?" Qual o sentido desse valor?

Busquei nos dicionários a definição do que seria Turma. Encontrei, ali, explicações como: "um grupo de pessoas que realizam um mesmo trabalho" ou, "bando" ou, "cada um dos grupos de alunos matriculados numa mesma classe ou num mesmo ano escolar" ou, ainda, "turno".

Está claro que os editores de dicionário desconhecem o verdadeiro significado do verbete aplicado aos alunos formados nas escolas militares.

Para nós, camaradas de formação, turma é muito mais. Turma é identidade, é símbolo, é comunhão, é analogia. Turma é... marca registrada: TURMA DE 67!

A Turma nos distingue no tempo e no espaço escolar. Ela nos faz perder a individualidade e nos abriga na coletividade.

Turma, para nós, é parentesco, é confraria espiritual, é propriedade (minha, nossa turma), e, acima de tudo, é referência.

A turma nos reporta a um passado comum, ao fascínio da mocidade, aos sonhos da juventude, às experiências similares, àquela intimidade confidencial, ao compartilhamento das alegrias e tristezas, dos sorrisos e das lágrimas.

A turma é aquela que nos acolhe aonde quer que vamos ou estejamos. Solidária, ela nos impõe comportamentos e obrigações, mesmo quando já afastados da vida militar.

A turma nos iguala a nós mesmos, ainda que possamos estar em circunstâncias diferentes.

Assinalo, com viva satisfação, uma particularidade muito restrita e especial, só identificada nas turmas de formação escolar-militar, e que nos diferencia e nos enche de emoção e orgulho: a exacerbação coletiva do tributo da camaradagem. Camaradagem concreta, que é essa fraternidade, essa solidariedade que marca as relações interpessoais entre os integrantes do grupo.

Este aspecto, decorrente dos tempos da mocidade, vividos nestas instalações, nos transforma em verdadeiros irmãos. E, como tal, partilhamos de forma plena, as alegrias e dores dos nossos companheiros.

Uma realidade incontestável: a turma nos requalifica. Nela passamos a ser um número, um nome de guerra. Isto, quando não somos rebatizados com novo prenome - assinalemos o Marrom, o Molécula, o Dentinho, o Paicas, o Tarzan, os saudosos Boca Larga e o Pré Cadáver, o Camôfo e tantos outros novos nomes. Quantas brincadeiras sadias, sem qualquer sentido de bulling.

A turma teima em contrariar o ciclo da vida, não nos permitindo o envelhecimento: a cada encontro, reunião ou comemoração, voltamos a ser jovens, regredimos!

Por vezes, a turma nos traz dor e sofrimento. São os momentos de perda. Recentemente, a turma chorou a partida de mais um irmão, o 67-037, Marcos Antônio, inesquecível amigo que, como os outros que já se foram, neste momento, deve estar contemplando a face de Deus e intercedendo em favor dos companheiros que aqui permanecem.

Para não mais me estender, concluo que, para nós, a turma é como um SISTEMA, um sistema aberto, no qual nos integramos e interagimos, trocamos energia; onde conformamos uma concepção toda própria do mundo e da condição humana, concreta e abstrata, uma concepção movida pela camaradagem, pelo respeito, fraternidade, compromisso, pelo amor.

Assim, creio, é a turma de 67, Turma Mete a Cepa: ela é a nossa confraria, identidade, o nosso símbolo, a nossa marca registrada.

Obrigado ao Estácio e demais organizadores pela liderança e por incentivar e promover estes momentos fantásticos de reencontro.

Grato aos nossos professores pela participação na nossa educação.

Obrigado aos nossos familiares, extensão da turma, pela constante presença.

Obrigado aos camaradas de 67 pela Turma. Enquanto estivermos vivos e conscientes, continuaremos unidos e reunidos!

Poderemos estar em destinos diferenciados, mas jamais esqueceremos que a nossa origem matricial é comum.

Muito obrigado, Turma 67/BQ!"


Gen FARIAS e sua mensagem.

 

   De volta ao Bira, as perguntas que não queriam calar:  Qual a importância de estarmos ali reunidos? Como o Encontro foi viabilizado? Que forças atuaram para que aquilo acontecesse? Nesse momento ele lê o texto que se segue:

 

"NÓS SOMOS PESSOAS MARCADAS PELO TEMPO:  PELO PASSADO QUE JÁ SE FOI E QUE DEIXOU PROFUNDAS MARCAS EM NOSSA EXISTÊNCIA; PELO PRESENTE QUE NOS DESAFIA E PELO FUTURO INCERTO E AINDA POR VIR. 

 

ASSIM, CELEBRAR UM MOMENTO COMEMORATIVO É LEMBRAR O PASSADO, SE COMPROMETER COM O PRESENTE E ENFRENTAR O FUTURO COM RENOVADA ESPERANÇA, NA CERTEZA DE QUE AQUI DE NOVO ESTAREMOS PARA A CELEBRAÇÃO DOS NOSSOS 55 ANOS. 

MAS SE HOJE AQUI ESTAMOS, DEVEMOS DAR GRAÇAS A UMA PLÊIADE DE COMPANHEIROS VOLUNTÁRIOS, QUE DEDICOU PARTE SIGNIFICATIVA DE SEU TEMPO, EM PROL DA ELABORAÇÃO DA NOSSA AGENDA.

DENTRE ESTES, EU GOSTARIA DE EXALTAR, EM ESPECIAL, A DEDICAÇÃO EXTREMADA DE UM DOS NOSSOS REPRESENTANTES, QUE COMO COSTUMO DIZER: “TEM UMA MISSÃO CÁRMICA COM A TURMA”. 

FORAM HORAS, DIAS, MESES E, PORQUE NÃO DIZER, ANOS DE TOTAL ENTREGA E LABOR, DE MODO A TORNAR O SONHO DO NOSSO JUBILEU EM REALIDADE. 

- CONVIDO A ESTA PLATAFORMA O ALUNO 67-075 ESTÁCIO, O NOSSO COMENDADOR, PARA QUEM PEÇO UMA SALVA DE PALMAS."

   Agradecendo a homenagem, com humildade Estácio estendeu aos demais da Comissão o mérito pela organização do evento. Ressaltou, ainda, que "não se alcança êxito num evento como esse, sozinho".


ESTÁCIO apresentando a Comissão Organizadora.

   Em nome da ASSOCIAÇÃO DE EX-ALUNOS DA ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES DO AR (AEPCAR), Antonio Sidney PONTES da Silva (69-024), seu atual presidente, seguindo a praxe para ocasiões como essa, convidou e entregou ao Gen FARIAS uma pequena homenagem à Turma de 67: um quadro denominado "Troféu Missão Cumprida", pelos cinquenta anos de união da Turma. FARIAS convidou o MOURA AZEVEDO para juntos repassarem ao Comendador Estácio, Coordenador da Turma, o quadro recebido. Nossos "Generais-Quatro-Estrelas" receberam ainda uma singela homenagem: um mimo de acrílico, em forma de mapa do Brasil, da Associação de Ex-Alunos. Na mesma ocasião, o presidente da AEPCAR aproveitou a oportunidade para falar sobre o "Museu da EPCAR" que está sendo criado, e que, para tanto, precisa da cooperação de todos para compor o seu acervo. Assim, quem tiver objetos ou documentos relevantes que possam ser doados para fazerem parte do museu, a contribuição será valiosa.

 


O Presidente da AEPCAR dirigindo-se à Turma Mete a Cepa.

 

 


Estácio no momento da recepção do quadro.

 

   E já que o momento era de prestar homenagem, alguns representantes da  Equipe de Ginástica Acrobática dos anos de 1967, 1968 e 1969, ali rapidamente reunidos, prestaram uma singela homenagem ao Professor DELMO MARIA DA SILVA, treinador da equipe na época, entregando a ele um estojo com uma placa, em reconhecimento à sua contribuição na nossa formação enquanto alunos da EPCAR. 


Prof. DELMO recebendo a homenagem.

 

   Esteve presente no Artarium, também, a Professora THEREZINHA PAES, nossa professora de Francês, a quem pedimos mil desculpas por não termos mencionado o seu nome naquela ocasião. ("Terrível" falha nossa, embora nunca seja tarde para nos redimirmos dos nossos pecados!...).

   É dada a palavra ao Ferreira (67-004). Calmo a princípio, mas  com voz embargada pela emoção, à medida que lia seu texto, ele prestou também essa bela homenagem à Turma:  

          "Num distante Fevereiro de 1967, a vida juntou, na Estação da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, um grupo de jovens oriundos de todos os recantos do País.

 

          Estes jovens, de diferentes classes e níveis socioeconômicos, tinham, em comum, o desejo de trilhar uma carreira profissional sólida que lhes proporcionasse conquistas pessoais, profissionais e, por que não dizer, familiares também.

 

          Nesta caminhada, vivenciaram angústias, venceram medos, sedimentaram conceitos e definiram objetivos que lhes permitiram, com o tempo, construir um forte sentimento de grupo, baseado na constância, na solidez e na sinceridade.

 

          Na estrada percorrida, descobriram rumos, vislumbraram esperanças, materializaram conquistas e solidificaram amizades. Sem imaginar, estes jovens estavam se construindo para as suas próprias vidas; estavam, sim, descobrindo a si mesmos.

 

          E, por mais otimistas e sonhadores que fossem, aqueles jovens, hoje adultos, não imaginavam chegar aonde chegaram e que vivenciariam o que estão vivenciando, aqui e agora.

 

          Hoje, quando comemoramos nossos 50 ANOS de convívio, este grupo, aqui reunido e representando TODOS os que chegaram à Barbacena naquele dia de 1967, constitui se na prova viva de que esforço, trabalho, perseverança, ética e companheirismo foi, e continua sendo, a base maior sobre a qual se constrói uma sociedade séria e responsável, base essa que serviu para que construíssemos as nossas carreiras e constituíssemos as nossas famílias.

 

          METE A CÊPA é o nosso lema, criado àquela época aqui em BQ. Inspirado nele, cada um de nós, a seu tempo e a seu modo, Meteu a sua Cêpa, contribuindo para solidificar o companheirismo dos primeiros tempos, companheirismo este que evoluiu para esta cumplicidade que nos mantém unidos, a qualquer hora, a qualquer tempo e em qualquer lugar.

 

          Agradecemos ao Brigadeiro do Ar JOSÉ AGUINALDO DE MOURA, ilustre Comandante da Escola

Preparatória de Cadetes do Ar, bem como ao seu corpo de oficiais, auxiliares, professores e colaboradores, que nos acolhem de forma amiga e fraterna, nos proporcionando o cenário perfeito para vivermos este momento histórico.

 

Barbacena, 16 de Setembro de 2017"

 


FERREIRA prestando homenagem à Turma.

 

Nota: O texto acima, impresso em papel especial com os logotipos da Escola e da Turma Mete a Cêpa, foi entregue emoldurado ao Comandante da EPCAR como recordação do nosso Jubileu de Ouro.

 


Comandante da EPCAR exibindo o quadro recebido.

 

   Por último, seguindo o roteiro, o Ten Brig AZEVEDO, não menos tomado de emoção que "contagiou", inclusive, a maior parte dos que o ouviram, nos trouxe a seguinte mensagem:

 

“Comemorar um evento que se denomina Jubileu de Ouro, 50 Anos, não é algo trivial, porque é pleno de significado e, literalmente, simboliza, nas letras gravadas para sempre no metal da Placa comemorativa (que, daqui a pouco, será inaugurada), as lágrimas, os sorrisos, as alegrias, os desconfortos, os entusiasmos, as decepções, os reconhecimentos, o esforço, a dedicação, vertidos e vividos, intensamente, durante os anos em que, JUNTOS!, compartilhamos o solo sagrado desta Escola.


Tais sentimentos, emoldurados pela beleza dessa “exuberante juventude”, constituíram a seiva que, quotidianamente, a todos energizava, animava e movia, resolutos, na direção do sublime ideal: servir à Pátria e, como “Cavaleiros altivos dos ares”, dedicar todo alento de vida ao bem do Brasil.

Percurso inesquecível que, na perspectiva do tempo histórico, representa um simples piscar de olhos; mas, quando se examina o mesmo trajeto sob a ótica das quase inacreditáveis dificuldades enfrentadas, brilhantemente vencidas, configura-se como uma longa e desafiadora jornada.


Tempos e caminhos de muito aprendizado, de profundas mudanças, de contínua evolução, em que, quase sempre, se encontraram presentes sensações contraditórias: receios e destemores; dúvidas e convicções; encontros e desencontros; acertos e equívocos. Esse conjunto de ricas experiências trouxe-nos crescimento pessoal, consolidou-nos os traços da personalidade e do caráter, amadureceu-nos o comportamento, solidificou um bem precioso - as fraternas amizades que foram nossas companheiras vida afora.


No cadinho das novas descobertas, dia a dia, foi sendo edificada a ponte que nos levaria ao “topo da colina”, permitindo-nos enxergar mais longe e conduzindo-nos aos sonhos de cada um.
 

Como Soldados do Ar, bem verdade já ostentando cabelos embranquecidos pela névoa do tempo, sentimo-nos revigorados por constatar que os mesmos valores e princípio – de honradez, de honestidade de propósitos, de espírito altivo, sem distanciarmo-nos da humildade –, cultuados pela querida “Turma Mete a Cêpa”, no âmbito do Corpo de Alunos da EPCAR, entre 1967 e 1969, continuam preservados, como se fora guardados em redoma de cristal, tendo servido de inabaláveis alicerces à formação dos nobres cidadãos de escol que somos todos nós.


Seguramente, meus caros amigos, dos longes das nossas saudades, haveremos de reeditar, de reviver, batalhas quotidianas da estirpe daquelas aqui travadas, recordando com carinho que estas foram vencidas a seu tempo e deram um colorido especial às telas das nossas vidas.


Com o olhar decidido dos que miram à frente e ao alto, concito-os a lembrarem-se de que: somente aqueles que acreditam em seus ideais, conseguem ultrapassar barreiras que, à primeira vista, parecem intransponíveis e conquistam objetivos aparentemente inatingíveis, transformando sonhos em realidade, construindo um mundo melhor, renovando energias para lutas futuras e conhecendo, desse modo, a verdadeira dimensão daquilo que Immanuel Kant conceituava ao afirmar: “Há duas coisas belas no Universo: o céu estrelado sobre nossas cabeças e o sentimento do dever cumprido em nossos corações.”


É chegada a hora de reverenciar doces recordações e a emoção sugere cautela, razão pela qual me valho da ajuda de Carlos Drummond de Andrade e de Fernando Pessoa, Poetas maiores da Língua portuguesa, com intuito de conformar a tessitura final desta mensagem:

 

“Entre o gasto dezembro e o florido janeiro,

  Entre a desmistificação e a expectativa,

  Tornamos a acreditar, a ser bons meninos,

  E como bons meninos reclamamos

  A graça dos presentes coloridos.

  Nossa idade – velho ou moço – pouco importa.

  Importa é nos sentirmos vivos e alvoroçados mais uma vez,

  E revestidos de beleza, a exata beleza que vem dos gestos

  Espontâneos e do profundo instinto de subsistir,

  Enquanto as coisas ao redor se derretem e somem (...).

  Prosseguimos. Reinauguramos.

  Abrimos olhos gulosos a um sol diferente

  Que nos acorda para descobrimentos.

  Esta é a magia do tempo.”

 

  E nesta magia, pode-se compreender que:

 

“De tudo ficaram três coisas:

  A certeza de que estamos sempre recomeçando...

  A certeza de que precisamos continuar...

  A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar.

  Portanto, devemos fazer da interrupção um novo caminho...

  Do sonho, uma ponte...

  Da procura, um encontro.”

 

E neste encontro, novo ato descortina a certeza de que valeu a pena, porque:

 

“(...) a Alma não é pequena.”

 

“A alma é divina e a obra é imperfeita.

  Este padrão sinala ao céu e aos ventos

  Que, da obra ousada, é minha a parte feita,

  O por-fazer é só com Deus.”

 

Que Ele, em sua infinita bondade, proteja-nos, concedendo-nos saúde e a felicidade simples dos bons de espírito!

 

Até 2022! Vida longa à “Mete a Cêpa”!"

 


Ten Brig MOURA AZEVEDO ao terminar o seu discurso.

 

   A reunião no Artarium foi dada por encerrada e de lá partimos para o Pátio da Bandeira, mas não antes de registrarmos  duas fotos - uma do grupo masculino, outra das esposas -, numa das escadarias que dão para o Pátio do Rancho.

 


Os grupos.

   Seguimos para o Pátio da Bandeira, onde hasteamos a bandeira da Turma e desfilamos em seguida.


PASSOS (67-032) E SANTOS OLIVEIRA (67-382)
 hastearam a bandeira da Turma.

 

   Encerrando o desfile, partimos para o descerramento da placa comemorativa e para a foto histórica em frente à fachada da Escola (Foto de abertura desta reportagem).


Descerramento da placa

   O último acontecimento na Escola foi o almoço de confraternização no Cassino dos Oficiais.

   Chega a noite. Com ela, o jantar de encerramento no Hotel Grogotó. Mesas muito bem arrumadas deram um charme especial ao evento. O pessoal do bufê é reunido e homenageado pela Turma. Era hora de tecermos comentários sobre os momentos vividos até então.

 

 

 

   No mais, estamos todos de parabéns. Agradecemos aos que, direta ou indiretamente, participaram desse evento, quer sugerindo, quer criticando, quer apoiando, quer, enfim, abrilhantando a festa do Jubileu com suas presenças. Nós, da Comissão Organizadora composta pelos que se seguem - Meirelles, Garcia, Passos, Almeida Prado, Estácio, Coré, Saulo, Corrêa da Cunha, De Lucca, Santos Oliveira e Ubiratan - não só agradecemos, mas sentimo-nos tremendamente recompensados pelos resultados obtidos nessa comemoração. Como é bom respirar aliviado e ter a sensação do dever cumprido!...  

 


A Comissão Organizadora

 

Que Deus nos conserve até os 55 anos da Turma!

 

Com carinho,

 

Aluno 67-382 Santos Oliveira  

 

Notas: 

Para ler sobre o Museu de Cabangu acesse http://www.turismo.santosdumont.mg.gov.br/museu-cabangu ou
 

 pelo facebook:  https://www.facebook.com/fundacaocasadecabangu/

 

Links para fotos do Jubileu

 

4ª feira - 13/09/2017

 

Visita a Cabangu - https://photos.app.goo.gl/mIw4nGhaLQYV4WtR2
 

No Panela de Minas - https://photos.app.goo.gl/5bS0XaQoN7YFZEdk1
 

Coquetel de Boas-Vindas no Grogotó - https://photos.app.goo.gl/FcNb4iOn97GIrSQH3

 

5ª feira - 14/09/2017

 

No Pátio da Bandeira - https://photos.app.goo.gl/wPzNDEE7VHjhK68j1

 

Almoço na Cantina Mineira - https://photos.app.goo.gl/fg0WmHbV4mDO22lt1

 

6ª feira - 15/09/2017

 

Em Tiradentes e Bichinho - https://photos.app.goo.gl/I7c5t38vVyFR9MWH3

 

Em Bichinho: Tempero da Ângela - https://photos.app.goo.gl/ncYQzSyH6fUEa4Xu2

 

No Gino's - https://photos.app.goo.gl/EFHQYE2eXs7kY7dB2

 

Sábado - 16/09/2017

 

No Artarium - https://photos.app.goo.gl/NpR55JifhElmqV3X2

 

Trajeto Artarium-Pátio da Bandeira - https://photos.app.goo.gl/dGupsNUfgJx9haCu1

 

Almoço no COEP - https://photos.app.goo.gl/k2SvMlHqUfb7h0AP2

 

Jantar de Despedida - https://photos.app.goo.gl/5z8p0g8JSyYZSLWZ2